Voa, voa, oh meu pobre coração,
vai nas asas do teu branco peito,
como no do corvo, nosso irmão.
Chora porque o Nene não alcanças,
das suas águas não lhe vês o leito;
mas vai voando com esperanças.
Um dia nas suas pedras pousarás;
e ali doce e tranquilo ar respirarás,
numa bem calma e tépida ternura.
Voando, meu coração, meu corvo,
vai; não te importes com o estorvo.
Vai: é lá que a Água da Vida é pura!
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josé (Kahango) frade