poesia de inspiração angolana
Quarta-feira, 22 de Março de 2006
O BAPTISMO DA MUILA
Clareava a manhã, bem cedo naquela cubata:
uma criança nascia, num eumbo da Humpata;
logo seu pai correu a soar a ongoma,
e matou um tchincombo que se coma...
Recém-nascida era a bela muilinha,
o kimbanda rapou-lhe a cabecinha;
seus cabelinhos anos serão guardados,
pela mãe ciosamente conservados.
Um mês passado o nascimento,
o seu baptismo terá então lugar,
sem o que o amor não pode voltar;
terá seu nome do pai assentimento.
O padrinho com gunde lho dará,
peles e panos, num cinto de couro:
seus primeiros atavios lhe colocará.
Finalizam com macau, em ocaso d'ouro...